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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Pesquisa indica que 3,8 milhões de jovens estão fora da escola

Menos da metade de concluintes do 3º ano do ensino fundamental tem bom desempenho em matemática.

Estudo feito pelo movimento Todos pela Educação aponta que 3,8 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos estavam fora da escola em 2010. Na década (2000-2010), entretanto, houve um aumento de 9,2% na taxa de acesso à escola, segundo o estudo De Olho nas Metas 2011, divulgado ontem (7).

A Região Norte registrou o maior aumento na frequência ao sistema de ensino, com crescimento de 14,2%, o que possibilitou o atendimento de 87,8% das crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos. A Região Sudeste teve o menor avanço na década, expansão de 8%. Ainda assim, é a parte do País com maior índice de jovens matriculados, 92,7%. No Brasil, a taxa de inclusão escolar chega a 91,5%. Mesmo com o acréscimo nas taxas de frequência, o relatório aponta que o País não conseguiu superar a meta intermediária (de 93,4% de acesso) estabelecida para o ano de 2010.

Com o maior número de jovens em idade escolar (17,3 milhões), a Região Sudeste registra o maior número de crianças e adolescentes fora da escola (1,27 milhão). Desses, 607,2 mil estão no estado de São Paulo, unidade da federação com maior número de jovens sem estudar. Percentualmente, no entanto, apenas 7% dos paulistanos entre 4 e 17 anos não frequentam a escola. Na Região Norte são 579,6 mil jovens que não estão estudando. O Acre é o estado com a pior taxa de inclusão, 85%, o que representa 35 mil crianças e adolescentes fora do sistema de ensino.

As taxas de acesso à pré-escola permanecem em patamares muito mais baixos que os estabelecidos pelas metas. Crianças de 4 e 5 anos têm a menor taxa de atendimento (80,1%). Na Região Norte, apenas 69% das crianças que deveriam estar na pré-escola estão estudando. O ensino médio também apresenta uma taxa de frequência menor do que a média. Na faixa de 15 a 17 anos, apenas 83,3% estão inseridos no sistema de ensino, o que representa 1,7 milhão de jovens fora da escola. O menor percentual de acesso é registrado novamente no Norte (81,3%).

O estudo De Olho nas Metas é um relatório anual cujo intuito é acompanhar indicadores educacionais ligados às cinco metas estabelecidas pelo Todos Pela Educação para serem cumpridas até 2022. A primeira meta é chegar ao índice de 98% ou mais das crianças e jovens de 4 a 17 anos matriculados e frequentando a escola no prazo de dez anos.

Matemática - Apenas 42,8% dos alunos que concluem o 3º ano do ensino fundamental têm as habilidades em matemática esperadas para a série, segundo a pesquisa pelo movimento Todos Pela Educação. O nível dos estudantes foi medido pela Prova ABC, aplicada em 250 escolas de todo o País em 2011, avaliando o desempenho em escrita, leitura e matemática.

Para a escrita, 53,3% dos alunos tiveram desempenho considerado satisfatório, com base nas escalas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), metodologia do Ministério da Educação. Em relação à leitura, o índice de estudantes com as habilidades esperadas ficou em 56,1%.

A Região Norte obteve o pior resultado em matemática, apenas 28,3% dos estudantes tiveram o resultado esperado para a série. O Sul conseguiu o melhor resultado na disciplina, com 55,7% dos alunos apresentando bom desempenho.

Em relação à redação, o Nordeste teve o desempenho mais baixo, só 30,3% dos estudantes apresentaram domínio da escrita de acordo com a série que cursavam. A região também teve o menor percentual de alunos (42,5%) com habilidade de leitura satisfatória. O Sudeste é a região com o melhor resultado para a prova de escrita (65,6%).

Na rede particular de ensino, o percentual de alunos com bom resultado em matemática foi 74,3%, mais do dobro do verificado na rede pública, 32,6%. Na prova de redação, 80,7% dos estudantes do ensino privado tiveram desempenho satisfatório, contra o percentual de 44,3% verificado entre alunos das escolas públicas.

Proporção semelhante foi apresentada na avaliação de leitura, em que 79% dos alunos da rede particular se saíram bem e apenas 48,6% dos estudantes do ensino público tiveram um bom resultado.

Um dos fatores apontados pela pesquisa para a diferença entre os alunos do ensino privado e o público é o acesso à educação pré-escolar. "Uma explicação para esse resultado é que a maior aprendizagem na rede privada está relacionada ao fato de seus alunos terem melhores condições sociais e econômicas e de terem cursado a pré-escola. Tais condições ajudam a explicar, mas não deveriam justificar tal diferença entre as redes", ressalta o estudo.

(Agência Brasil) 

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